Sustentabilidade, um princípio básico para nossa sobrevivência neste planeta.

Basicamente o conceito de sustentabilidade tem relação direta com o desenvolvimento sustentável, que em essência seria a habilidade de atender as gerações presentes utilizando técnicas e recursos de forma que supram as necessidades básicas do ser humano sem comprometer os recursos básicos das gerações futuras.

Diante das ações humanas recentes, que através da sociedade moderna focaram na industrialização, na produção em massa, na degradação do meio ambiente e dos recursos naturais, na produção e na utilização de combustíveis fósseis, na imensa produção de lixo inorgânico dentre outras ações desordenadas sem precedentes, falar hoje em dia em sustentabilidade já não é falar de um mero conceito, a sustentabilidade passa a ser um princípio básico para nossa permanência e sobrevivência neste planeta.

Está lançado o grande desafio: como podemos viver de forma sustentável nos dias de hoje?

Os princípios de sustentabilidade podem se aplicar a um indivíduo, a um núcleo familiar, a uma comunidade, a um único empreendimento, a uma cidade ou mesmo ao planeta como um todo.

Para vivermos uma vida sustentável devemos optar por formas de habitação ecologicamente corretas, que utilizem na construção materiais alternativos, de refugo ou reciclados, madeira e tijolos de demolição, projetos habitacionais que aprimorem o aproveitamento máximo da luz natural e circulação do vento. Devemos valorizar projetos que utilizem fontes de energia alternativa como a eólica e solar para a produção de eletricidade, com sistemas de economia e reaproveitamento de água e luz, cisternas e banheiros secos, além da implementação de fossa ecológica e do aproveitamento de espaços ociosos para a criação de hortas orgânicas para o sustento familiar junto ao processo de compostagem do lixo orgânico.

Para que um empreendimento seja classificado como sustentável, o mesmo deve ser ecologicamente correto, promover ações e políticas que sejam socialmente justas, respeitando as diversidades culturais de forma que se torne economicamente viável. Uma empresa sustentável deve valorizar a comunidade local e os recursos da região em que atua, valorizando a mão de obra regional, criando um sistema de carreira dentro da empresa onde a mesma permite que funcionários possam ascender profissionalmente e aprender novas técnicas e novos conhecimentos, que venham servir de capacitação não somente para o empregado, mas também para a própria empresa como um todo. Minimizar o impacto ambiental dos detritos gerados, potencializar a utilização de energia renovável e promover ações de melhoria do ambiente de trabalho e do meio social que influencia.

Para que o turismo seja sustentável, deve se criar políticas de proteção ao meio ambiente e estímulos para o desenvolvimento das atividades turísticas em consonância com a comunidade local. O turismo sustentável ajuda a trazer renda para a comunidade valorizando seus atrativos potenciais e minimizando o impacto ambiental. Políticas públicas devem ser criadas para a proteção e preservação dos ecossistemas e da biodiversidade, limitando acessos e estabelecendo regras para a atividade turística, em especial quando se trata de áreas sensíveis de fauna e de flora, seja com a criação de parques ou de reservas naturais. É uma alternativa ao turismo de massa que, em sua essência, apenas degrada e não trás benefícios ao meio ambiente, ou sequer um retorno econômico duradouro à comunidade.

No modelo de turismo sustentável, o turista aprende sobre a importância da fauna e da flora daquela região que está visitando, entra em contato com a comunidade local e seus costumes de forma respeitosa e integrada, fomenta a economia artesanal local, participa das políticas de preservação e ainda se torna um reprodutor dos mesmos conceitos uma vez que retorna para sua terra de origem.

Qualquer ação humana deveria respeitar os ciclos naturais, o tempo de recomposição dos recursos e seus limites, conservando a integridade do meio ambiente com um consumo que não ultrapasse sua capacidade de renovação, respeitando assim a diversidade cultural e as diferentes formas de vida existentes.

Considerando que todos os elementos naturais são afetados pela presença da ação humana, a concepção de sustentabilidade entende uma relação de equilíbrio com estes elementos e com o meio ambiente. Podemos alcançar uma vida sustentável a partir de escolhas que tomamos sobre as formas de produção e de consumo, alimentação e habitação, estilos de vida e cultura, transporte e descarte do lixo, relevando assim uma relação consciente com o meio ambiente em geral, com embasamento ético e de valores de senso solidário comum.

Lembrem-se que para sermos e vivermos de forma sustentável a revolução começa individualmente, dentro de casa, com pequenas mudanças em nossos costumes diários.

Exemplos: separar o lixo orgânico do lixo inorgânico, criar um sistema de compostagem da matéria orgânica, criar uma horta que seja adubada com o composto orgânico de sua própria produção, economizar água e evitar desperdícios de variadas formas, optar por se alimentar ao máximo de alimentos orgânicos, utilizar lâmpadas de economia de energia, quando possível, investir em energia solar e eólica, optar em utilizar transporte ecológico como bicicletas ou veículos elétricos, utilizar plantas medicinais para alguns tratamentos de saúde, reciclar roupas e itens que não utilize mais, permitindo que outros possam fazer bom uso destes materiais... A ideia é reciclar, reutilizar e reduzir o impacto ambiental.

A partir de nosso lar podemos influenciar nossos vizinhos, a partir dos vizinhos passamos a influenciar nossa comunidade, a comunidade passa a influenciar o município, o município passa a ser exemplo para o estado e consequentemente o estado se torna exemplo nacional e mundial.

Ser sustentável é acima de tudo zelar por nosso planeta e por todos os seres que o habitam, a fim de garantir um futuro melhor para as próximas gerações.

Tudo o que fazemos ou deixamos de fazer hoje terá enorme impacto nas futuras gerações!

Por Isaac Ache. Texto publicado originalmente na Revista Bora, Praia da Pipa  - Edição 12 - Jun / Jul 2015