Viva a Mata da Pipa!
O patrimônio natural brasileiro é popularmente conhecido como o mais significativo do planeta.
Essa riqueza natural é expressa pela extensão continental e marinha, pela diversidade e pelo endemismo das espécies biológicas e seu patrimônio genético, bem como pela variedade paisagística de biomas, ecorregiões e biorregiões.
Os ecossistemas costeiros e litorâneos tem uma grande interação com a região marinha e oceânica. Nessa região encontramos recifes de corais, foz de rios, manguezais, vegetação de restinga e a famosa mata atlântica.
A mata atlântica é um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade no mundo e um dos mais ameaçados de extinção por causa da ocupação e do avanço da população sobre as áreas de floresta. Composta por 11 ecorregiões, a mata atlântica exerce em toda sua extensão um papel fundamental para a conservação da biodiversidade de fauna e flora, tanto quanto por ser um importante produtor e reservatório de água doce. Nessa região, que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, concentra-se a maior parte da população brasileira, nas capitais e nas maiores cidades. Desde a chegada dos portugueses no Brasil em 1500, a mata atlântica foi toda devastada, restando atualmente cerca de 7% da vegetação original.
Em setembro de 2006 foi criado o Parque Estadual Mata da Pipa (PEMP),a partir do Decreto 19.341, que instituiu que parte da APA Bonfim-Guaraira, formada de mata atlântica, fosse transformada em área de proteção integral para garantir o resguardo da mata remanescente na área de Pipa, dotada de grande relevância ecológica e beleza única.
Após algumas dificuldades e obstáculos iniciais, finalmente as atividades do Comitê Gestor do Parque da Mata de Pipa foram reativadas em 2012. A iniciativa deve possibilitar a preservação desse ecossistema de Mata Atlântica, além de garantir o desenvolvimento sustentável da região. A criação do Parque da Mata de Pipa, com 290 hectares de extensão, visa também a realização de pesquisas e a promoção de atividades de educação e interpretação ambiental com o intuito de formar uma consciência ecológica na população local e nos visitantes. O parque da Mata irá ofertar à comunidade alternativas de espaço para recreação ecologicamente orientada e incentivará o turismo ecológico, propiciando aos visitantes o desfrute racional de uma das facetas das belezas naturais do Rio Grande do Norte.
Por Jack d’Emilia, italiano enraizado no Brasil há mais de vinte anos, agitador e produtor cultural, é sócio fundador e atual vice presidente do Núcleo Ecológico de Pipa.
Texto originalmente publicado na Revista Bora – edição 02 – Out/Nov 2013