A Arte do Labirinto

A Arte do Labirinto

Conheça esse artesanato que faz parte da cultura das mulheres de Tibau do Sul. Matéria publicada originalmente na Revista Bora.

O labirinto é um artesanato totalmente manual, onde a artesã escolhe o tecido podendo ser linho ou cambrae. Existem diferentes desenhos desenvolvidos por cada labirinteira, de rosas à barcos e peixes, cada uma deposita em seu artesanato um pouco do que sente na sua história e no seu dia a dia.

Inicia-se o labirinto prendendo o tecido na grade ou bastidor, após desfia o pano contado os fios e fazendo quadrinhos; então preenche-os com uma linha própria desenhando o desenho escolhido, depois torce com outro tipo de linha até chegar ao último acabamento que dá a beleza, é a técnica de perfilo.

Observar o desenvolvimento do labirinto, suas maneiras e técnicas de serem produzidos na cidade de Tibau do Sul é de riquíssimo valor histórico.

Morar nesta cidade e dar atenção aos sinais culturais demonstrados é descobrir o protagonismo das mulheres que ajudaram a construir o caráter respeitoso e artesanal que sustentou famílias através de seus feitos manuais ensinados de mãe para filha. A arte do labirinto se encontra há mais de 200 anos na região.

O labirinto criou costumes, necessidades, formas de convívio entre as mulheres labirinteiras, que desenvolveram suas infâncias saudáveis, crescendo, correndo, brincando e aprendendo seus valores e responsabilidades em meio às telas da técnica do labirinto.  Tibau do Sul tem uma cultura carregada de valor humano e criatividade e tem que ser valorizada de forma mais organizada de acordo com o momento atual.

Cultura é tudo aquilo que a vida humana criou, transformou e se apropriou a seu favor e o Labirinto deve ser valorizado como cultura e manifestação artística dessa terra bonita e abençoada.

Para melhor entender tudo isso, é só caminhar pelas ruas de Tibau do Sul após o horário de almoço e reconhecer as senhoras labirinteiras que deixam viva a cultura do município praticando o labirinto nas varandas e portas de suas casas.

Por Luana Praes, produtora colaborativa, artesã e educadora social. Texto originalmente publicado na Revista Bora - edição 02 - Out/Nov 2013




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